Nas minhas consultas, durante a anamnese, uma das perguntas que eu não deixo passar é sobre o funcionamento intestinal.
Parece estranho num primeiro momento, porque geralmente esse assunto é tratado como tabu. É interessante entender que a conduta em relação ao planejamento alimentar do paciente está bastante vinculada ao aspecto das fezes dele.
Existe uma escala chamada “Escala de Bristol”. Essa escala é destinada a classificar as formas das fezes humanas em 7 categorias:
1 – Caroços duros e separados;
2 – Formato de salsicha, porém ainda muito granulado;
3 – Formato de salsicha, mas com fissuras em sua superfície;
4 – Formato de salsicha, suave e macio;
5 – Bolhas suaves com bordas nítidas;
6 – Peças “fofas” com bordas não nítidas;
7 – Aquoso, sem partes sólidas.
Os tipos 1 e 2 indicam constipação (intestino preso). Os tipos 3 e 4 são considerados normais (especialmente o tipo 4). Os tipos 5 e 6 estão associados com tendência de aumento de diarreia e o tipo 7 indica diarreia propriamente dita.
De acordo com o tipo de fezes, o nutricionista consegue elaborar um planejamento dietético específico para que o paciente consiga regularizar seu intestino através da alimentação, sempre buscando a consistência ótima, que, no caso, é o tipo 4.
Uma abordagem geral seria a ingestão de pelo menos 2 litros de água por dia, ingestão de frutas, legumes e verduras, além de alimentos fonte de fibras, como por exemplo o farelo de aveia, a semente de chia e a semente de linhaça.
A atividade física também é muito importante para auxiliar essa regulação intestinal, já que nosso intestino também é formado por tecido muscular e precisa se movimentar para funcionar adequadamente.